terça-feira, 11 de janeiro de 2011

UMBIGO (Angélica Lúcio)



Um umbigo
nunca é só um umbigo
é cacimba de água límpida
oásis em reentrância
um pouquinho do céu
sem ser céu ainda.
Um umbigo nunca
e só um umbigo
é mais
sem ser muito ainda.


A inauguração deste espaço não se concebia sem a leveza deste belo poema escrito por uma paraibana de talento inconteste. Jornalista diplomada, Angélica Gomes de Oliveira Lúcio de Sousa, desde meados da última década do século passado é apreciada por seus pares como uma adjetiva promessa em poesia dada a sua voz original impressa nas peças que circularam em publicações esparsas na Paraíba. Promessa que já devia há muito ter se cumprido, portanto, com um projeto literário vigoroso, mas que por motivo de dispersão ordenada pela vida privada e profissional (ela é editora-executiva de uma importante publicação local, o Jornal da Paraíba) não pôde ainda realizar-se. O olhar multívoco deste poema cantado por Angélica Lúcio, que aqui vocês têm compartilhado à maneira de aperitivo, descreve sinteticamente a tônica que queremos exercer nos textos que serão articulados neste forum. A quem interessar, Angélica pode ser seguida no microblogue Twitter: @angelicalucio. Boa leitura.